Nomeado chanceler do Reich em 30 de janeiro de 1933, Hitler, que
considerava o cargo apenas um passo para a tomada do poder absoluto,
começou imediatamente a montar um sistema ditatorial. Desfez-se
rapidamente dos aliados que permitiram sua ascensão, reservando-se
plenos poderes. Através de uma lei aprovada pelos partidos burgueses,
proibiu todos os grupos políticos, com exceção do seu NSDAP. O Partido
Social Democrata e o Partido Comunista foram dissolvidos, e os demais,
forçados à autodissolução.
A partir de então, não havia instância policial ou estatal
capaz de conter os distúrbios e agressões das SA, as temidas milícias
paramilitares do Partido Nacional-Socialista (literalmente, o nome
original, Sturmabteilung, significa Divisão de Assalto). O esquadrão comandado por Heinrich Himmler, a SS (de Schutzstaffel, ou Esquadra de Proteção), começou a sedimentar sua posição especial no aparato repressivo.
Qualquer tentativa de resistência era brutalmente sufocada. O regime
perseguia impiedosamente não só adversários políticos – a começar por
comunistas e social-democratas –, como todas as pessoas que não eram do
seu agrado. Milhares foram presas e, sem qualquer processo judicial,
internadas em campos de concentração construídos da noite para o dia.
Mal tomara o poder, o regime começou a pôr em prática seu programa
antissemita. Passo a passo, os judeus foram destituídos de seus direitos
individuais e civis, proibidos de exercer a profissão, limitados em seu
direito de ir e vir, expulsos de universidades, agredidos, forçados a
entregar ou vender empresas e propriedades. Quem podia, tentava fugir
para o exterior para escapar das espoliações, injustiças e vexações.
A perseguição política e a ausência de liberdade de expressão e informação levaram milhares de pessoas a
abandonar o país. A emigração forçada de intelectuais, artistas e
cientistas de renome representou uma perda irreparável para a vida
cultural da Alemanh
Com a morte do marechal Paul Hindenburg em 1934, Hitler
acumulou também a função de presidente. Sua política militarista tomava
forma e as Forças Armadas passaram a prestar-lhe juramento como der Führer
(líder ou guia). Em 1935, foram declaradas extintas as restrições
militares do Tratado de Versalhes, introduzindo-se o serviço militar
obrigatório no país. Restabeleceu-se assim a soberania militar do Reich.
A frágil República de Weimar (de 1919 a 1932) não durou o suficiente
para que o sistema liberal-democrático fixasse raízes na sociedade
alemã. O caos durante esse período deixou muitos alemães propensos à
ditadura nacional-socialista. Os violentos conflitos internos,
manifestados em sangrentas batalhas de rua entre adversários políticos, e
o desemprego em massa abalaram a confiança do povo no Estado.
Hitler, porém, conseguiu dinamizar novamente a economia. Seu regime
impôs uma combinação extremada de capitalismo e socialismo estatal, em
que tanto os proprietários de grandes empresas como os operários se
subordinavam ao controle do Estado e ao poder público totalitário. Dois
planos quadrienais, iniciados em 1936, deram à economia um aspecto de
guerra, com destaque para a produção de sintéticos.
Programas de geração de empregos e a produção de armas levaram à
diminuição da multidão de desempregados. O fim da crise econômica
mundial favoreceu tal política. Os judeus foram sendo excluídos da vida
econômica, tendo seus bens confiscados em novembro de 1938.
No âmbito da política externa, Hitler também conseguiu, inicialmente,
impor seus objetivos. A pouca resistência encontrada foi fortalecendo
sua posição. Em 1935, a região do Sarre, até então sob a administração
da Liga das Nações, foi reintegrada ao território nacional. Em 1936, as
tropas alemãs invadiram a Renânia, zona desmilitarizada desde 1919. A
assinatura de um pacto com o Reino Unido, em 1935, permitiu o
rearmamento naval do país. Desmoronava, assim, todo o esquema de
contenção da Alemanha armado pelos franceses após a Primeira Guerra
Mundial.
A Guerra Civil espanhola, iniciada em 1936, motivou um confronto entre
esquerda e direita. Enquanto o governo republicano foi apoiado pela
União Soviética, os rebeldes franquistas tiveram ajuda da Itália e da
Alemanha. Os dois países aliaram-se em outubro do mesmo ano no eixo
Roma-Berlim.
Japão e Alemanha, por outro lado, haviam se unido no Pacto
Anti-Komintern (contra a Internacional Comunista, fundada por Vladimir
Lenin e pelo Partido Comunista da União Soviética em 1919). Com a adesão
da Itália a este, em 1937, configurava-se a Tríplice Aliança, que se
manteria até a Segunda Guerra.
O avanço para a formação do Terceiro Reich prosseguiu: em 1938, a Áustria foi anexada (Anschluss), representando a conquista de um dos primeiros objetivos que Hitler fixara no livro Mein Kampf (Minha Luta).
As potências ocidentais permitiram que ele incorporasse ainda a região
dos Sudetos, na então Tchecoslováquia, em 1939 – ano em que começou a
Segunda Guerra Mundial.
O avanço para a formação do Terceiro Reich prosseguiu: em 1938, a Áustria foi anexada (Anschluss), representando a conquista de um dos primeiros objetivos que Hitler fixara no livro Mein Kampf (Minha Luta).
As potências ocidentais permitiram que ele incorporasse ainda a região
dos Sudetos, na então Tchecoslováquia, em 1939 – ano em que começou a
Segunda Guerra Mundial.
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